sábado, 28 de abril de 2012

CONTEXTO | Marisa Naspolini



  • O CIC ocupado

    Na segunda-feira passada, 23 de abril, mais de uma centena de trabalhadores da cultura reuniu-se no Centro Integrado de Cultura (CIC), o principal espaço de cultura de Florianópolis e um dos mais importantes do Estado, fechado desde 2009 para uma reforma interminável, para manifestar seu repúdio com a atual situação do setor e entregar um documento endereçado a diversas autoridades no qual constam algumas das reivindicações mais prementes. Neste dia, parte deles acampou nos arredores do CIC e lá ficou.

    A carta, assinada por 131 entidades ligadas à produção cultural e artística catarinense, levanta uma série de questões que fizeram eclodir o movimento. Entre elas, a inexistência de uma secretaria específica para o setor, o cancelamento do Edital Elisabete Anderle em 2012 e o funcionamento irregular do Conselho Estadual de Cultura, cujas deliberações não são acatadas pelo governo, dando margem a um uso ilegítimo e obscuro das verbas estaduais destinadas o setor.

    Não se trata de uma manifestação isolada nem de uma simples reivindicação de classe por melhores condições de trabalho. Mais do que questões pontuais, o movimento pede respeito dos nossos governantes. Respeito aos acordos selados e não cumpridos, respeito à legislação vigente, respeito às conquistas feitas com muito esforço ao longo dos anos. Há pelo menos duas décadas que os trabalhadores da cultura catarinense, entre os quais me incluo, tentam arduamente estabelecer um diálogo profícuo com o governo.

    O movimento Ocupa CIC me traz à memória a histórica passeata formada por 400 artistas e produtores culturais de todo o Estado que invadiu as ruas de Floripa e terminou com a ocupação da Assembleia Legislativa em fevereiro de 2005. Na época, o governo aproveitou a dispersão típica das férias de verão para tentar aprovar a toque de caixa, e na surdina, uma série de leis que mexeriam profundamente – para pior – com a estrutura administrativa da cultura em SC. Uma comissão formada por representantes do setor conseguiu reverter parcialmente a situação, mas logo se viu ludibriada por promessas enganosas e deturpações no uso do erário público que seguem maltratando a cultura.

    O momento também me faz lembrar do ano de 2006 quando, novamente, centenas de trabalhadores da cultura, cansados de fazer passeatas e redigir documentos, resolveram fazer arte como forma de protesto e produziram em tempo recorde uma série de filmes, entre eles o emblemático “Matou o cinema e foi ao governador”, que em poucos dias levou um público recorde ao cinema. Muito já foi feito. Mas a Cultura permanece agonizante na UTI.

    As mazelas do setor cultural parecem se eternizar na santa e bela catarina. Enquanto na última década o Ministério da Cultura fez um trabalho louvável, implementando uma discussão democrática para a criação do Plano Nacional de Cultura, discutido por todo o país, em Santa Catarina nossos gestores insistem em andar na contramão. Nem o convênio assinado recentemente com o MinC, que deveria garantir transparência na elaboração do Sistema Estadual de Cultura, é respeitado.

    Por tudo isso as barracas estavam na rua. O setor cultural está clamando, há anos, por um tratamento mais digno, por continuidade nas ações, por transparência nos atos, pelo fim da política de balcão. Só assim pode-se garantir que os bens culturais possam ser devidamente usufruídos pela população, que é o que realmente importa. Afinal, os políticos passam. As pessoas ficam.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

...IN MEMORIAM volta à cena!


Espetáculo "...IN MEMORIAM" volta à cena catarinense!

QUANDO: 27, 28 e 29 da ABRIL de 2012, às 20h
LOCAL: Teatro da UFSC (Frente à praça da Trindade)


QUANDO: 01 de MAIO de 2012, às 19h30min
LOCAL: Teatro Álvaro de Carvalho (TAC 7:30)


INGRESSOS à R$10 / R$5


SINOPSE: 
Duas histórias insólitas que se unem aparentemente por acaso.
Uma viúva solitária encontra um andarilho demente. Rosaura e Baulbuena.
Talvez ela tenha assassinado o marido por quem guarda luto, enquanto ele afirma ser o anarquista encarregado de sabotar o trem onde viajará Adolf Hitler. 
Uma vez passado o susto do primeiro contato, inicia-se uma discussão que, entre nostalgia e desvarios, muito revelará sobre esses dois fantasmas:
um passado em comum de solidão, sonhos, ideais e ilusões.
 

FICHA TÉCNICA:
Elenco: Tobias Nunnes, Vanessa Grando e Ricardo Goulart
Projeto Gráfico: Ricardo Goulart
Direção: Carlos Silva e Gustavo Bieberbach
Assistência de Produção (itinerância): Valeria Binatti e Carolina Boabaid
Contato: ciachama@gmail.com/ 48 8819.7428

BASEADO LIVREMENTE NA OBRA "CANCIÓN DE CUNA PARA UN ANARQUISTA" DO DRAMATURGO CHILENO JORGE DÍAZ.

Realização: Cia. Teatro L.A. CHAMA e APATOTADOTEATRO

quarta-feira, 25 de abril de 2012

*OCUPACIC*:

ESCLARECIMENTO SOBRE O Ocupa Cic!

Artistas, professores, produtores e estudantes das diversas linguagens
artísticas estão juntos para promover manifestações que envolvem
performances, oficinas, mostras de filmes, saraus, aulas ao ar livre,
dentre outras, em uma ocupação de cinco dias (23.04.12 a 27.04.2012) no
espaço ocioso do Centro Integrado de Cultura, congregando forças e dando
visibilidade ao descontentamento com o descaso do governo em relação às
políticas culturais. **

O movimento *OCUPACIC* surgiu no dia 23 de abril de 2012, após a entrega de
uma carta de reivindicações elaborada pelo Fórum Catarina de Cultura e
assinada por 131 entidades que representam profissionais da cultura de SC,
em um ato pacífico. Este documento solicita maiores esclarecimentos acerca
dos processos que envolvem a política cultural do nosso estado.

Decidimos ocupar o CIC, pois além dele sediar a Fundação Catarinense de
Cultura (FCC), o Conselho Estadual de Cultura (CEC) e a Secretaria Estadual
de Turismo, Cultura e Esporte (SOL), ele simboliza o descaso do governo
estadual para com a cultura: um teatro fechado, ausência de salas de
ensaio, uma sala de cinema que perdeu sua característica de cineclube e um
museu de arte sem uma programação anual. Reflexo concreto da ausência de
uma política cultural comprometida com a sociedade civil.

O Ocupa CIC é um movimento convocado pela classe artística e aberto a toda
a sociedade civil e se coloca como uma primeira ação que serve para
articulação de idéias para promover próximas ações que serão permanentes
até que as reivindicações dos artistas sejam atendidas pelo governo.

*Gostaríamos de deixar claro que este é um movimento estadual. Portanto,
convocamos toda a classe artística a se manifestar, no espaço em frente às
suas Secretarias Regionais de Cultura, nesta sexta-feira, dia 27 de abril,
às 12h, num ato público comum e simultâneo no Estado de Santa Catarina. *

*A POLÍTICA PÚBLICA QUE QUEREMOS: *

* *

O Conselho Estadual de Cultura deve representar as necessidades das classes
culturais e da sociedade civil, por meio de um diálogo aberto. É dever do
CEC tornar públicas suas atas em diário oficial, bem como fazer reuniões
abertas, divulgadas amplamente e com antecedência.

Tanto o Governo quanto a FCC devem respeitar o Conselho e suas decisões,
entendendo-o como uma representação da sociedade civil responsável por
auxiliar na elaboração de políticas públicas para a cultura.

* *

A FCC e a SOL não devem passar por cima das diretrizes que elas mesmas
estabelecem para as suas ações, indo contra suas próprias regras. E nem
utilizar-se de uma política de balcão que privilegie interesses
eleitoreiros, em prejuízo das reais necessidades da sociedade civil. **

Uma Secretaria de Cultura deve ser criada como uma instância independente
(ao contrário do que é hoje, associada ao turismo e ao esporte) e
responsável por executar as políticas públicas do governo estadual.

O orçamento para cultura no Estado de Santa Catarina deve respeitar o
princípio da transparência. É necessária sua publicação em diário oficial e
o estabelecimento de instâncias fiscalizadoras acessíveis a qualquer
cidadão. Questionamos a atuação do comitê Gestor acima do Conselho Estadual
de Cultura. Entendemos o conselho como a instância máxima representativa e
deliberativa das políticas culturais.

Salientamos que essas reivindicações não são recentes, datam pelo menos uma
década. São reivindicações que estão na pauta nacional de políticas
públicas culturais e muitas delas já se tornaram leis através do Plano
Nacional de Cultura. O que procuramos é o alinhamento da política pública
estadual com o Plano Nacional de Cultura através de um processo
democrático, transparente e participativo, com toda a sociedade civil.

*UM FINAL POÉTICO E MOTIVADOR PARA FECHAR COM GRANDE ESTILO:*

Aqui os canhões não soltam fogo e os gritos são canções. A classe artística
mobiliza-se e reitera seu compromisso em representar seu papel de agentes
culturais, no cenário político da cultura no Estado.

Nós somos artistas. Nosso desejo nos move para uma cultura efervescente,
mas que está represada pela falta de seriedade e transparência nos
processos burocráticos.

Por isso, faça frio ou faça sol, continuaremos reunidos no CIC, em
Florianópolis, para uma ocupação de cinco dias. Chegou a hora de mostrar a
nossa força e resistência! Cultura já!

ocupa-cic@blogspot.com.brocupa-cic@blogspot.com.br

quinta-feira, 19 de abril de 2012

"Monólogo de Miguel" na Semana CLARICE - PET / LETRAS

Apatotadoteatro e NELOOL apresentam:

"MONÓLOGO DE MIGUEL"

Escritor ao tentar escrever sobre a ira descobre a dimensão de seus traumas de infância. A realidade e a ficção se entrelaçam para que ele descubra quem ele é e a profundidade da amargura que carrega.

Ilze Körting, Ricardo Goulart e Gustavo Bieberbach. Texto: Jorge Luiz Miguel.
Participações na homenagem à Clarice Lispector: Carol Boabaid e Fabiana Aidar.

 Divulgação: 4ª Edição Cenas Breves de Manaus



Dias 20 e 21 de abril de 2012, às 20h.
Ingressos: R$ 10,00 / R$ 5,00 (meia-entrada).



Agradecimentos: Isabel Brisolara e Equipe PET Letras, Profª Sassá Moretti, SECArte, Equipe do Teatrinho DAC/UFSC e Equipe ILUCENO do DALi.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

... IN MEMORIAM... no Festival de Curitiba - Mostra FRINGE

O espetáculo "...IN MEMORIAM" adaptado a partir da obra do chileno Jorge Diaz, fez parte da "imensa"grade que compunha a programação da Mostra FRINGE, que acontece paralelamente ao Festival de Curitiba que chegou na sua 21ª Edição, chegando a aproximadamente 350 espetáculos em 12 dias. 
Apesar de sua grande fama, o Festival é um tanto desorganizado e não cumpre com as expectativas massivamente difundidas pela mídia. 
A mostra FRINGE da qual fizemos parte, não possui quase nenhum suporte. Apenas, iluminador, produtor local e bilheteiro que fazem o máximo, com o que têm nas mãos.
A começar pelo espaço que nos nos foi "alugado" pelo festival. Um auditório, sem pernas, sem coxias e com um telão branco no fundo do "palco" que não poderia ser removido.

Apesar de nossos problemas estruturais, fizemos (04) quatro apresentações e tivemos um bom público presente. Antes de Curitiba, tínhamos apresentado apenas 01 vez, durante a Semana Ousada de Artes UFSC/UDESC. O trabalho apenas inicia sua trajetória e dá mais um passo em seu processo de maturação.  

Além do processo do espetáculo como encenação, a viagem também torna-se para a solicidicação das relações entre as pessoas do grupo e do parceria "Patota/Lachama".
Não poderíamos deixar de agradecer suporte recebido pelo "Tio William e a Tia Eliza" que disponibilizaram local para nos alojarmos e  atenção para nos locomovermos pela cidade. E Olendina e Simone do Restaurante Gruta que nos receberam com carinho nas dependências de seu estabelecimento.

O espetáculo resultou de uma pesquisa, iniciada em meados de 2010 pela Cia Teatro L.A. Chama - comandada pelo ator e diretor Carlos Silva (recém-formado em Artes Cênicas pela UFSC) e co-realizada pela Apatotadoteatro.
Abaixo algumas fotos:

 Foto da divulgação: Ricardo Goulart


Abaixo, fotos das apresentações em Curitiba (Fotos: Valéria Binatti):

Rosaura em seu "mausoléu"


 O personagem Balbuena


Agradecimento: Tobias, Nunes, Ricardo Goulart e Vanessa Grando.

FICHA TÉCNICA DO ESPETÁCULO:
Elenco: Vanessa Grando, Tobias Nunes e Ricardo Goulart.
Operação de som: Carol Boabaid.
Assistência de Produção: Valeria Binatti.
Direção: Carlos Sila e Gustavo Bieberbach.

EM BREVE: 27, 28 29 de abril de 2012, às 20h apresentações do espetáculo no Teatrinho da UFSC e 01 de maio no TAC - Projeto TAC 7:30)

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Apatotadoteatro em Manaus

Apatotadoteatro apresentou seu novo trabalho: a cena "Monólogo de Miguel" em Manaus/AM, durante o 4º Festival de Breves Cenas dia 25 de março de 2012. Com um público estimado de 700 pessoas, a cena da Cia. dividiu o palco com outras três cenas oriundas de outros estados brasileiros (dois espetáculos de Minas Gerais e um de São Paulo).
Seguem abaixo, fotos do Teatro Amazonas, onde ocorreram as apresentações e da cena propriamente dita:
Equipe em frente ao Teatro Amazonas: Gustavo, Ilze e Ricardo.

Abaixo fotos de Ricardo Goulart:

Vista do palco

 Painel da cortina - boca de cena


 Vista de uma das varandas


 Painel do teto e lustre

Abaixo fotos da Equipe de Produção do 4º Festival de Breves Cenas:

 Cena do espetáculo "Monólogo de Miguel"

 Close da cena. Atuação: Ilze Körting